Dengue e Chikungunya em Foco: Brasil Enfrenta Desafios Após Surto Recorde em 2024

 

Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora um novo vírus respiratório originado na China, o Brasil tem sua atenção voltada para doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Em 2024, o país registrou números recordes de dengue, com 6,6 milhões de casos prováveis e 6.022 mortes confirmadas, segundo o Ministério da Saúde.

Preocupação com Vetores no Hemisfério Sul

O sanitarista Jonas Brant, professor da Universidade de Brasília, destacou que, ao contrário do Hemisfério Norte, onde a preocupação atual são doenças respiratórias, no Brasil, o risco maior são as enfermidades transmitidas por vetores, como dengue e chikungunya.

“É importante entender que, enquanto o Hemisfério Norte enfrenta surtos respiratórios, no Brasil, precisamos focar no controle do Aedes aegypti e na prevenção de doenças como dengue e chikungunya”, explicou Brant.

Ações para 2025

Em resposta ao surto recorde de 2024, o governo federal antecipou medidas preventivas, como a ampliação da vacinação contra dengue para jovens entre 10 e 14 anos. Para o período sazonal 2024-2025, o Ministério da Saúde investiu R$ 1,5 bilhão na aquisição de vacinas, insumos laboratoriais, medicamentos e campanhas de conscientização.

Além disso, uma nota técnica foi enviada a gestores estaduais e municipais, reforçando a necessidade de monitoramento epidemiológico e controle de vetores. Como muitos municípios têm novos gestores, o documento orienta sobre a organização das redes de saúde para conter a transmissão da doença.

Mobilização da Sociedade

A campanha “10 Minutos Contra a Dengue”, lançada no ano passado, continua incentivando a população a dedicar um curto período semanal para eliminar focos do mosquito em suas residências.

“O engajamento comunitário é crucial para evitar um novo surto. A participação ativa da sociedade, do comércio e de outros atores sociais pode fazer a diferença”, ressaltou Jonas Brant.

Medidas como o uso de repelentes e a instalação de telas mosquiteiras também são recomendadas para reduzir infecções.

Perspectivas

Embora um surto semelhante ao de 2024 não seja esperado, especialistas alertam que números acima do normal ainda podem ocorrer. O fortalecimento da vigilância em saúde e a transparência na comunicação serão essenciais para conter a doença e proteger a população brasileira.