Indústria Siderúrgica: Produção e Comércio em Foco

 

O setor siderúrgico latino-americano tem apresentado um crescimento constante, conforme dados recentes divulgados pela Associação Latino-Americana de Aço (Alacero). Em 2023, o consumo anual de aço laminado registrou um aumento significativo de 5,4% em relação ao ano anterior, atingindo 73 mil toneladas. Esse número também superou os balanços de 2019 e 2020 em 12,1% e 22,3%, respectivamente. Os setores da construção e automotivo lideraram esse crescimento, impulsionados também pelo mercado doméstico.

No Brasil, em fevereiro de 2024, os números continuam indicando um cenário de crescimento para a indústria siderúrgica, segundo o Instituto Aço Brasil (IABr). A produção de aço bruto alcançou 2,8 milhões de toneladas, representando um crescimento de 13,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a produção de laminados foi de 1,8 milhão de toneladas, um aumento de 3,8% em relação a fevereiro de 2023.

Apesar desse panorama positivo, as exportações brasileiras de aço em fevereiro de 2024 apresentaram uma queda significativa de 26,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 700 mil toneladas ou US$ 587 milhões. Por outro lado, as importações aumentaram consideravelmente, com um incremento de 37,2% em tonelagem e 32,3% em valor na comparação com fevereiro de 2023, totalizando 446 mil toneladas e US$ 491 milhões, respectivamente.

No acumulado do primeiro bimestre de 2024, a produção de aço bruto no Brasil aumentou em 6,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 5,5 milhões de toneladas. Enquanto as importações cresceram 15,7%, as exportações registraram uma redução de 13,8%. As vendas internas avançaram 4,3%, alcançando 3,2 milhões de toneladas, e o consumo aparente de aço teve um aumento de 6,2%, totalizando 3,9 milhões de toneladas.

Entretanto, apesar desses indicadores positivos, o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) registrou uma queda de 0,6 ponto em março, fechando em 44,6 pontos. Este índice, abaixo dos 50 pontos, demonstra a continuidade da falta de confiança dos CEOs da indústria do aço, refletindo desafios e incertezas enfrentados pelo setor.

Diante desses números, fica evidente a importância de acompanhar de perto a dinâmica do mercado siderúrgico, especialmente diante do contexto global e das oscilações nas cadeias de suprimentos e demanda por materiais de construção e manufatura.